Trajetória

"Quando a liberdade explode no peito de um homem...

... contra este homem nada mais podem os deuses". Referia J. P. Sartre, ainda fulminando: "estamos condenados a ser livres".

O homem é o fruto da liberdade das suas escolhas. E como fruto da minha liberdade de escolha, escolhi a liberdade!

Defini esse propósito e aceitei essa responsabilidade.

Há limites, sabemos disso, mas esses limites tornam a nossa liberdade real.  

É preciso transcender, superar todos os obstáculos, é preciso exercer todas as nossas potencialidades. 

Somente então será possível criar uma nova realidade. 

Ainda que íngreme, esse é o meu caminho, a minha meta e a minha missão.

Ronaldo Costa Pinto.

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O início.

Ronaldo Costa Pinto graduou-se Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, curso realizado através bolsa de estudos integral, premiada por ter atingido uma das mais altas notas do país em redação no Enem. Culminando, ao final, em graduação com louvor, após a apresentação da monografia intitulada "Tribunal do Júri e a Formação do Convencimento do Jurado", a qual recebeu da banca examinadora a nota máxima "10", sendo agraciado ainda pela instituição com o encaminhamento e disponibilização de um exemplar da obra na biblioteca da universidade.

Naquela época, ainda nos primeiros semestres das aulas, como resultado do hábito autodidata dos estudos diários, adveio aprovação em vários concursos públicos, dentre eles, após aprovação entre os primeiros colocados, para os cargos de Técnico Judiciário e posteriormente de Oficial de Justiça do Tribunal de Justiça do Paraná, ambos com atuação exclusiva no 1º Tribunal do Júri de Curitiba, onde foi possível ter o primeiro contato com essa instituição, aprender profundamente sobre o seu funcionamento e, principalmente, se apaixonar pelos debates na tribuna, com o privilégio de participar dos maiores julgamentos do estado e do país e acompanhar de perto a atuação dos mais ilustres advogados, promotores, juízes e juristas que por lá passaram.

O escritório.

Após quase dez anos de dedicação ao serviço público no Tribunal do Júri havia chegado a hora de alçar voos maiores e assumir finalmente a vocação que já não cabia mais no peito: a advocacia criminal, a atuação na defesa, a atuação na tribuna.

O começo sempre difícil para qualquer atividade foi logo compensado com os primeiros bons resultados alcançados nas defesas que o destino incumbiu, podendo enfim mudar vidas, salvar reputações e receber em troca a maior das gratificações: o sentimento interior do dever cumprido.

Com isso o caminho estava traçado e a missão estabelecida, o que outrora foi apenas sonho e vocação tornou-se então profissão e dedicação absoluta, o "vício" pela liberdade já não tinha mais cura.

Desde então esse tem sido o caminho trilhado, superando todos os obstáculos que sempre aparecem, e fazem parte do percurso, com perseverança e constância, força e foco, fé e coragem, trabalho e muita luta.


Os desafios.

De todos os desafios diários enfrentados um dos mais complexos e que exigem maior preparo e atenção certamente é o de fazer a defesa do cliente perante o "tribunal popular".

A mídia e a opinião pública possuem um poder devastador e conseguem rapidamente arrasar com a honra e com a reputação de alguém, sem o menor remorso ou punição.

Muitos foram e ainda são os casos de enfrentamento direto para proteger a honra do cliente do vilipendio público. Mas muito mais ainda têm sido os casos de atuação preventiva, para que a exposição pública sequer aconteça, esse sim o caminho mais seguro e efetivo. 

O advogado jamais pode almejar fama em detrimento do seu cliente, a fama vem naturalmente como decorrência de um bom trabalho, o cliente deve ser preservado a todo custo, inclusive às custas da reputação do próprio advogado - este sim talhado para o combate, preparado por natureza para as críticas e ataques injustos.

A defesa é escudo, elmo e lança, é a fortaleza inexpugnável em torno do injustiçado.


As técnicas.

O bom exercício da advocacia exige não somente o conhecimento do direito, mas também de várias outras áreas correlatas, como a psicologia, a sociologia, a filosofia, a retórica, a criminologia e a medicina legal.

Muitos casos de falsas acusações são desmanchados com técnicas completamente exteriores ao direito, simplesmente por com elas se provar a inexistência do fato. A exemplo da medicina legal e suas diferentes áreas: antropologia, traumatologia, tanatologia, sexologia forense, balística, dentre outras - capazes de pela análise do corpo de delito demonstrar como e quando realmente um fato aconteceu, ou se aconteceu. 

Ou então a psicologia, que demonstra o quão frágeis e enganadoras são as memórias humanas, quão manipuláveis por diversos fatores são as lembranças de um acontecimento, a ponto de uma lembrança como um todo poder ter sido fabricada exclusivamente pela imaginação do indivíduo.

Sem esquecer, claro, das tecnologias computacionais autuais, tão utilizadas para tudo a ponto de não vivermos sem elas. 

Tudo isso é conhecimento indispensável a ser somado ao conhecimento jurídico, otimizando o trabalho e ampliando as chances de sucesso. 

Os valores.

Autodidata por convicção, o melhor caminho para o aperfeiçoamento do indivíduo é ser ele o professor e o aluno de si mesmo. É buscar por si os meios de analisar e resolver os problemas que surgirem, é andar com os próprios pés, pensar com a própria mente e ser livre para agir de acordo com a própria consciência e vontade.

Nenhum grande homem que já existiu na história do pensamento repetiu somente o que lhe foi ensinado nas escolas. Deve-se sim, é claro, "subir nos ombros dos gigantes", estudar muito, ler todos os livros e aprender com os grandes homens do passado e do presente tudo quanto de útil e bom eles ensinam, mas, contudo, sem perder jamais a própria razão e consciência, usando-a, aperfeiçoando-a e dedicando toda sua capacidade a serviço do próximo.

A verdadeira liberdade de um homem sustenta-se nas asas da sua consciência.


A paixão.

Chama ardente incessante e brilhante, força motriz do espírito e da vontade, bússola para o justo caminho.  Dias de tribuna são dias de contato com o mundo superior, dias em que alma recebe instruções do plano divino e o verbo replica as súplicas celestes. Dias em que a missão é colocada a serviço do destino.

Paixão é palavra pouca para representar esse momento. Embora ela seja forte há outra dimensão maior e inexplicável impulsionando e sussurrando no ouvido aquilo que de todo o estudo e esforço pode ser utilizado para atingir a justiça.

É um momento místico, mágico, sagrado e decisivo. Ali se entrelaçam vidas, liberdades, lágrimas, esperanças e dores - responsabilidade imensa carregada sob o manto da beca negra.

Advocacia é sacerdócio.